A norte-americana Lee Wachtstetter, de 86 anos, tem três paixões: a dança, cruzeiros e seu marido, falecido há mais de 10 anos, com quem aprendeu a gostar de viajar. Em sua companhia, realizou nada menos que 89 cruzeiros e, no leito de sua morte, prestou atenção quando ele lhe aconselhou a não parar de viajar. Lee vendeu sua casa de cinco quartos, na Flórida, e há mais de 10 anos vive em navios de cruzeiro.
Sua casa atual é o Crystal Serenity, um navio de luxo para 1.070 passageiros, no qual vive há 7 anos – mais tempo do que a maioria da tripulação. Mama Lee, como é conhecida no navio, já visitou mais de 100 países e estima ter um gasto anual de US$ 164 mil, que envolvem a hospedagem em cabine simples, a alimentação e, claro, as aulas de dança. Aliás, foi pela dança que deixou o Holland American, navio em que passou três anos. Quando a linha anunciou que o programa de dança estava cancelado, ela tratou de procurar uma nova casa. “Eu danço todas as noites por algumas horas, após o jantar, e tenho feito isso há anos. E eu cheguei a treinar com alguns dos instrutores de dança dos navios“
Minha esposa e eu viajávamos num cruzeiro pelo Mediterrâneo, a bordo de um transatlântico da empresa Princess.
Durante o jantar, notamos uma senhora velhinha sentada perto da varanda do restaurante principal.
Notei também que todo o pessoal, a tripulação do barco, garçons, ajudantes dos garçons etc. estavam muito familiarizados com ela.
Perguntei ao garçom que nos atendia, quem era aquela dama e esperava que respondesse ser ela, a dona da companhia de cruzeiros, mas respondeu que não.
Ela apenas estava a bordo nas últimas 4 viagens, ida e volta.
Uma tarde, quando estávamos saindo do restaurante, cruzamos com ela e aproveitei para cumprimentá-la.
Conversamos um pouco e passado um tempo lhe disse:
– Pelo que entendi, a senhora tem estado nesse barco nas últimas 4 viagens.
Ela me respondeu:
– Sim!
É verdade!
Disse a ela que não entendia a razão e ela me respondeu sem pensar:
– É que sai mais barato que um asilo para velhos nos Estados Unidos.
Não ficarei num asilo nunca e de agora em diante, fico viajando nesses cruzeiros até a morte.
O custo médio para se cuidar de um velho nesses asilos é de 200 dólares por dia.
Verifiquei com o departamento de reservas da linha Princess, que posso obter um desconto quando compro os cruzeiros com bastante antecipação, mais o desconto para pessoas de mais idade.
A viagem me sai 65 dólares diários e mais:
1) Pago só 10 dólares diários de gorjetas.
2) Tenho mais de 10 refeições diárias se quero ir aos restaurantes, ou posso ter o serviço na minha cabine, o que significa dizer que posso ter o café da manhã na cama todos os dias da semana.
3) O barco tem 3 piscinas, um salão de ginástica, lavadoras e secadoras de roupa grátis, biblioteca, bar, Internet, cafés, cinema, show todas as noites e uma paisagem diferente cada dia.
4) Creme dental, secador de cabelo, sabonetes e xampu grátis.
5) Eles me tratam como cliente e não como paciente.
Com uma gorjeta extra de 5 dólares tenho todo o pessoal de serviço trabalhando para me ajudar.
6) Conheço pessoas novas a cada 7 ou 14 dias.
7) A TV estragou?
Necessito trocar a lampada?
Quero que troquem o colchão?
Não tem problema.
Eles consertam tudo e me pedem desculpas pelos inconvenientes.
8) Lavam a roupa de cama e as toalhas todos os dias e não tenho nem que pedir.
9) Se eu caio num asilo de velhos e quebro a bacia, a única saída é o plano médico.
Se cair e me machucar em algum barco da empresa Princess, vão me acomodar em uma suíte de luxo pelo resto da minha vida.
Agora vou te contar o melhor que tem as empresas Princess.
Quero viajar pela América do Sul, Canal do Panamá, Taiti, Caribe, Austrália, Mediterrâneo, Nova Zelândia, pelos Fords, pelo rio Nilo, Rio de Janeiro, Ásia?
É só mencionar para onde quero ir.
A Cia. Princess está pronta para me levar.
Por isso, meu caro, não me procure em um asilo para velhos.
Viver entre 4 paredes e um jardim como paciente de hospital… no thanks!
Ahhh, ia esquecendo …
Se eu morrer, me atiram ao mar sem nenhum custo adicional.
Pra que vou parar de viajar?