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AOS 100 ANOS, ALEMÃ QUER ESTREAR NA POLÍTICA

ALEMANHA

Ex-professora de educação física luta há muito tempo pela reabertura da piscina pública de sua cidade, no sul da Alemanha.

Cansada de não obter resultados, decide se lançar na política.

 

Lisel Heise quer quer entrar para politica

 

Lisel Heise quer ser ouvida após anos sendo ignorada pelas autoridades de sua cidade

Logo após completar cem anos, a ex-professora de educação física Lisel Heise decidiu se candidatar a uma vaga no conselho municipal de sua cidadezinha natal, Kirchheimbolanden, no sudoeste da Alemanha, com quase 8 mil habitantes.

Nascida logo após a Primeira Guerra Mundial, Heise está canalizando sua paixão para a política local – em particular, para sua campanha a favor da reabertura da piscina pública ao ar livre da cidade.

 

 

Lisel decidiu se candidatar ao ser consultada pelo grupo popular local Wir für Kibo (algo como “nós por Kirchheimbolanden”), que faz uma campanha por maior transparência e envolvimento público na política regional.

Concorrendo à eleição, ela espera ter sua voz finalmente ouvida depois de anos se sentindo ignorada pelas autoridades locais. Ela costuma citar a maneira como o microfone era tirado de sua mão em reuniões públicas, sempre que mencionava o assunto da piscina.

A aposentada lamenta a perda da piscina – fechada em 2011 – afirmando que era um “paraíso para as crianças”, que a cidade nunca deveria ter deixado fechar. “Eu cresci lá”, diz. “Eu sei, por experiência própria, como ela é importante, tanto para o espírito, quanto para o corpo.”

“Tenho tantos ex-alunos, e eles sempre têm a mesma queixa. Por que eles estão fechando as piscinas ao ar livre?”, questiona. “O mais importante é que as crianças permaneçam saudáveis quando são jovens. Se o corpo não for saudável e funcionar adequadamente, a mente não funciona adequadamente”, argumenta.

 

Pró-europeia e ambientalista

 

Quanto a seus pontos de vista políticos mais amplos, ela é pró-europeia – acha que o Brexit nunca deveria ocorrer – e saúda os esforços dos escolares na campanha contra as mudanças climáticas. Mas teme que a sociedade esteja emburrecendo.

“Basta ligar a televisão. Durante o dia, só tem blá blá blá. As coisas que são realmente interessantes, politicamente interessantes, só passam à noite, quando os trabalhadores estão dormindo. Como resultado, eles não são devidamente informados”, avalia a idosa.

 

A novata na política tem pontos de vista pró-europeus: O Brexit jamais precisa se tornar realidade

 

Thomas Bock, que lidera a iniciativa Wir für Kibo, espera que a popularidade de Lisel possa ajudar o grupo a ganhar mais um assento, superando os 24 lugares que o grupo já detém no conselho municipal da cidade.

“Ela é muito conhecida em Kirchheimbolanden”, diz Bock. “Quase todo mundo que tem mais de 40 anos já teve aula com ela na escola. É possível que ela tenha um resultado bem melhor do que qualquer outra pessoa.”

“Ela ainda é muito envolvida com a escola. Apesar de não ser professora há 40 anos. Ela participa sempre que há algum tipo de evento na escola.”

 

Nos passos do pai

 

Com sua candidatura, Lisel segue os passos do pai, que era membro do conselho antes da Segunda Guerra Mundial. Ele foi preso por quatro semanas depois de criticar a destruição de sinagogas pelo regime nazista.

“A ideia real de se candidatar veio do filho de Lisel”, ressalta Bock. “Ele disse: ‘Pergunte à minha mãe, ela ficaria feliz em fazer alguma coisa, mas é muito cautelosa.’ Então nós perguntamos a ela, e ela topou.”

Lisel é tão popular na cidade que centenas de antigos e atuais alunos foram à casa dela para cantar parabéns em seu centésimo aniversário. “Ela se dá muito bem com as pessoas”, acrescenta Bock. “É boa em lidar com as pessoas, e geralmente é muito querida. Podemos usar essa popularidade nas eleições, e agora ela será ouvida.”

Ela foi convidada pelo grupo popular local Wir für Kibo, ou “Nós por Kirchheinboladen”, para participar das próximas eleições do conselho municipal. O diretor do movimento, Thomas Bock, espera que a popularidade de Lisel possa ajudar a conquistar mais um assento, superando os 24 lugares que o grupo já tem no conselho.

fonte: DW

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