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DOENÇA AZHEIMER -JULIANA BENEVIDES

A Doença de Alzheimer e as mudanças de comportamento

As mudanças de comportamento, que também são chamadas de sintomas comportamentais ou neuropsiquiátricos, são muito comuns em pessoas com Alzheimer. Dentre os fatores que mais causam estresse no cuidador, elas são consideradas as mais importantes. Por isso, é preciso aprender a lidar com elas.
Esses sintomas surgem porque a Doença de Alzheimer provoca alterações tão importantes no cérebro que, além da perda de memória recente, surge também: prejuízo na capacidade de julgamento, lentificação no processamento das informações, incapacidade para compreender o que acontece ao redor e o que é dito, dificuldades para estabelecer uma comunicação adequada, entre outros.


Diante destas mudanças, a pessoa pode ficar desconfiada, assustada, com medo, insegura e ansiosa. E, em geral, são esses sentimentos que vão precipitar os sintomas neuropsiquiátricos. Por este motivo, na maioria dos casos o que resolve a situação são as estratégias adotadas pelo cuidador. Apenas em alguns contextos as medicações são indicadas.
Mas quais seriam esses sintomas? Os mais comuns são: irritação, agressividade, agitação, desconfiança, mania de acusar outras pessoas, choro compulsivo e atitudes que demonstram ausência de bom senso.
Lidar com essas questões não é uma tarefa fácil, mas sim um desafio para o cuidador. Ele precisa entender que a pessoa não escolhe agir assim, embora em alguns momentos pareça que essas atitudes representam uma escolha.
O fato é que essa pessoa foi atingida por uma doença que afeta de forma inconteste as suas percepções e as suas reações. Logo, ela não tem culpa de nada.
Entretanto, por mais que seja difícil lidar com isso, existe uma luz no fim do túnel, sabia? É possível aprender e experimentar algumas estratégias que vão ajudar o cuidador a lidar com esse desafio.


Vamos falar sobre elas agora:

1-Observar o ambiente e verificar se há muitos estímulos. Em geral, as pessoas acometidas por essa doença ficam desorientadas quando há mudanças, como troca de móveis e de peças decorativas, por exemplo., Além disso, elas preferem ambientes calmos, pois ficam confusas e irritadas quando várias pessoas falam ao mesmo tempo e há muito barulho no local.

2-Verifique também o assunto das conversas que estão acontecendo e como é estabelecida a interação com essa pessoa. Elas tendem a apresentar reações negativas diante de assuntos que lhes desagradam, causam tristeza e/ou quando não são convidadas a interagir.

3-Analise a possibilidade desta pessoa está sentindo algo que lhe cause desconforto. Fome, sede, frio, calor ou dor são sensações que ela pode estar sentindo, mas não consegue expressar adequadamente. Portanto, é preciso treinar a observação e ter uma agenda na qual são anotados os horários das refeições, a data de inclusão de novos medicamentos, possíveis alterações no hábitos intestinal, entre outros.

4-Explique o passo a passo das tarefas que a pessoa precisa cumprir. À medida que a doença avança, surge a incapacidade de escovar os dentes, tomar banho e fazer várias outras atividades cotidianas sem a ajuda de terceiros. Isso pode ter como consequência frustração, tristeza, raiva e o choro compulsivo, por exemplo. Considerando essa questão, auxilie quando perceber que essa pessoa está perdida e encontra uma forma de tornar a tarefa mais fácil para ela.

5-Inspire segurança. Assegure-a de que está tudo bem, utilizando para tal frases curtas, tom de voz adequado e um olhar gentil. Seja carinhoso. Às vezes a pessoa só precisa se sentir protegida.

6-Zele pela segurança do idoso e das pessoas que estão no entorno. Às vezes é necessário falar de forma mais incisiva, usar medicações prescritas profissionais, conter as ações desta pessoa ou pedir socorro, pois a agressividade pode atingir um nível muito alto e perigoso.

7-Cuide de você. Se você está estressado, busque ajuda profissional. O comportamento da pessoa pode ser reflexo do que se passa com o cuidador. Se você está sobrecarregado,triste, estressado ou com raiva, pode emitir sinais que mexem com as emoções desta pessoa

8-Consuma conteúdos sobre o assunto e participe de grupos de cuidadores. Quanto mais informações você tiver sobre a doença, melhor será sua capacidade de lidar com esses sintomas.

Vale ressaltar que nem todas as pessoas atingidas por essa doença vão apresentar esses sintomas comportamentais. Mas se isso está acontecendo com o seu familiar, coloque essas dicas em prática.

Se esse conteúdo ajudou você a entender melhor sobre esse assunto e lidar com esse desafio, deixe o seu comentário.

Juliana Benevides

Idealizadora da Mentoria S.O.S Alzheimer

Doutoranda em Bioética e Saúde

Mestre em Saúde Coletiva

Especialista em Saúde da Pessoa Idosa e Gerontologia

Ativista do Movimento Stopidadismo

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