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GOLPES FINANCEIROS NA QUARENTENA- POR RENATA COSTA

Enquanto as pessoas estão em distanciamento social, tentando se proteger e a seus familiares, criminosos têm aproveitado o período para aplicar golpes, com a certeza de que as vítimas estão em casa.

O telefone é o principal instrumento usado por eles – seja por ligações, e-mails, WhatsApp e outras redes sociais. Segundo a consultoria Psafe, da área de segurança digital, 4,5 milhões de brasileiros já acessaram links maliciosos que prometiam auxílio financeiro durante a pandemia. Se a vítima clica no link falso, os criminosos conseguem informações e senhas do celular ou computador.

Um golpe, em particular, tem sido muito aplicado na quarentena: o “golpe do motoboy”. Os criminosos, de posse de dados pessoais obtidos por compra de cadastros ou invasão a computadores, ligam para a vítima dizendo que ela teve o cartão clonado. Pede, então, que ela ligue para o número que consta no próprio cartão. Segura de que realmente está ligando para a operadora, a pessoa não se dá conta de que o golpista não havia desligado a chamada anterior. A chamada à operadora do cartão, portanto, não está sendo feita.

Um segundo criminoso assume a ligação, como se fosse um atendente de call center. Com calma e muita educação, confirma dados como documentos, filiação e endereço da vítima. Orienta também a cortar o cartão na vertical, porém sem prejudicar o chip. Diz que por conta do distanciamento social, o banco enviará gentilmente um motoboy para pegar o chip do cartão e a senha, pois será feita uma inspeção a fim de descobrir como se deu a suposta clonagem.

A educação e a gentileza da pessoa ao telefone são tantas, que a vítima fica totalmente seduzida. E acaba por entregar chip e senha para o motoboy. Logo os gastos são feitos no cartão.

“Ninguém está imune a cair nesse tipo de coisa, especialmente agora na quarentena, em que as pessoas estão mais fragilizadas”, diz Antonio Leitão, gerente institucional do Instituto de Longevidade Mongeral Aegon.

Ele diz que para evitar esse tipo de golpe, a medida deve ser a mesma a ser tomada sempre. “Jamais confie dados bancários, senha ou chave de segurança por telefone, e-mail ou rede social. O banco nunca pede esses dados a não ser que você esteja na boca do caixa e mesmo assim é raro”, explica Leitão. Da mesma forma, ele alerta para jamais clicar em links recebidos por e-mail ou redes sociais prometendo prêmios ou dinheiro. Fique atento ao remetente – verifique se o remetente é oficial.

Se na hora que receber uma ligação ficar na dúvida, peça para a pessoa ligar depois. Nesse período você consegue checar nos meios oficiais – seja no banco, operadora ou em prestadores de serviço – se a ligação procede. Também não autorize a entrada de nenhum prestador de serviço em sua casa sem haver chamado e sem checar a identificação.

Para saber mais sobre como se proteger dos golpes, assista ao Boletim Aptare Coronavírus.
https://www.youtube.com/watch?v=uz3v6nTyu-8

Renata Costa

Jornalista pela Universidade de São Paulo, mestre e doutora em Ciências da Comunicação pela mesma instituição.

Colaboradora da Dínamo Editora/ Revista Aptare

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