JANE FONDA – 81 ANOS DE BELEZA E SABEDORIA
A atriz americana Jane Fonda completou 81 anos no mês de dezembro. Filha de Henry Fonda e Seymour Brokaw, Jane Seymour Fonda é, além de atriz, escritora, ativista política de esquerda, ex-modelo e guru de exercícios físicos no país.
Nascida em Nova York (EUA) no dia 21 de dezembro de 1937, já ganhou 2 Oscar’s, apesar de nunca ter sido encorajada por seu pai a seguir a carreira de atriz.
Uma carreira de sucesso
Estudou teatro na Actors Studio, de Lee Strasberg e teatro na Broadway, estreando no cinema em 1960 no filme: “Até os Fortes Vacilam” com Anthony Perkins.
Protagonizou seu filme mais icônico em 1968, “Barbarella”, do diretor Roger Vadim, com quem foi casada de 1965 a 1973. A personagem foi inspirada nos quadrinhos franceses de ficção, do ilustrador Jean-Claude Forest.
Seu primeiro Oscar acontece 4 anos depois, por sua participação em “Klute, O Pasado Condena”.
Em 1979 recebeu seu segundo Oscar pelo papel em “Sally Hyde”.
Ativismo político de Jane Fonda
Em 1972 fez a famigerada visita ao Vietnã do Norte. Viagem muito criticada que lhe rendeu o apelido de “Hanói Jane”. Jane declarou em entrevista que hoje, 40 anos depois, ainda recebe cartas e e-mails ofensivos, por causa da foto sentada numa bateria antiaérea.
Mundo Fitness
Nas fitas VHS “Workout” de 1982, filmou sequências de dicas de aeróbica que venderam 17 milhões de cópias, tornando-se um ícone na divulgação deste tipo de exercícios.
Durante o primeiro dia da II Conferência Sodexo de Qualidade de Vida, diversos temas foram discutidos. Um deles – e certamente o mais polêmico, justamente por ter uma porta-voz conhecida pelo mundo todo – foi a senioridade. Para tratar a respeito disso, o evento recebeu a atriz e ativista Jane Fonda. Com mais de 80 anos, ela apresenta uma vitalidade exemplar. E foi justamente esse o tema de sua apresentação.
De acordo com Jane, há 20 anos ela teve um insight. Aos 62 anos de idade, percebeu que se sentia melhor do que nunca – e pensou que fosse única. Contudo, depois de algumas pesquisas, percebeu que a sensação é normal, que esse sentimento costuma se manifestar em pessoas com mais de 50 anos. Diante dessa nova perspectiva, a atriz percebeu que a idade tem mais a ver com potencial e com experiência do que com envelhecimento. “A forma como nos sentimentos tem relação com quem somos e com nossas escolhas”, acredita.
O MELHOR MOMENTO
Jane Fonda diz que aos 62 percebeu que se sentia melhor do que nunca: “Nunca fui tão feliz!” Ao pesquisar, viu que esse sentimento costuma se manifestar em pessoas DEPOIS DOS 50. Concluiu que a idade pode ter a ver mais com potencial e experiência do que com envelhecimento.
Ela diz que envelhecer não precisa ser assustador. As pessoas têm pânico da velhice, mas não precisa ser assim. A terceira idade nos faz viver com mais qualidade e menos estresse. O papel de quem chegou lá é mostrar que esta pode ser uma boa época da vida.
“É fundamental ter senso de humor e não se levar muito a sério para conseguir envelhecer bem.”
Acrescenta ainda que é fundamental manter-se fisicamente ativo. É preciso, também, estar atento à alimentação. O que você coloca na boca torna-se muito mais importante ao envelhecer.
Ao avaliar sua vida, ela viu que tinha adotado as atitudes certas. Preocupou-se com exercícios regulares, alimentação saudável e planejamento financeiro, o que deve ser mantido na terceira idade. Segundo suas pesquisas, apenas um terço dos problemas da terceira idade é decorrente da genética, enquanto os outros dois terços estão relacionados com escolhas que se fez ao longo da vida.
Engajada com a ideia de ter uma vida melhor e bastante longa, Jane investiu em novos hábitos. Por exemplo, tornou-se uma pessoa fisicamente ativa e investiu em autoconhecimento. “Tive que entender onde estou, mais do que aonde vou. Precisei entender quem sou, independente do que as pessoas diziam ou pensavam de mim”, afirma. Além disso, procurou entender seus pais e avós: quem eles eram? Por que tomaram as decisões que tomaram, como pais e avós? “Tudo o que somos tem relação com quem nos criou”, defende.
Jane cita Viktor Frankl, um sobrevivente do Holocausto que também foi médico e escritor, e que disse, certa vez, que é impossível escolher a realidade, mas é possível decidir como vamos reagir a ela. A atriz foi além dessa citação e descobriu que essa verdade funciona também para o funcionamento do cérebro: seu pensamento muda a sua realidade e sua reação neurológica.
A atriz conclui sua apresentação com uma bela frase: “o nosso propósito de vida, é nos fazer nascer antes da morte”.
A experiência de Jane Fonda com certeza foi a mais esperada da tarde. Contudo, outros grandes nomes das mais diversas áreas de atuação também participaram do evento. Um exemplo é Pedro Tarak, um empreendedor que deu origem ao conceito de Sistema B, uma organização que identifica e qualifica empresas realmente sustentáveis.
Mais do que um idealista, ele é um realizador. Logo no começo de sua apresentação, falou sobre a Mata Atlântica e citou a empresa brasileira Natura como uma referência do Sistema B. No Reino Unido, ele cita como exemplo a marca Guayaki, marca da qual ele é conselheiro estratégico.
Como explica Tarak, empresas B são aquelas que tem as soluções sustentáveis em seu core, em seu sistema de governança, etc. Ou seja, essa é uma métrica rigorosa – e uma das maiores marcas de Tarak.
Grandes minorias
Em outra história contada na mesma tarde, o público teve a oportunidade de conhecer Anousheh Ansari, uma empreendedora que quebrou diversas barreiras no Irã. Ela se tornou a primeira mulçumana a viajar para o espaço, a primeira pessoa iraniana a ter essa experiência e a primeira mulher a ser turista no espaço. Segundo Anousheh, uma das experiencias mais marcantes dentro dessa história foi justamente a possibilidade de estar em paz com pessoas que estiveram em guerra com seu país além, é claro, de ter a chance de realizar um sonho de infância.
A experiência de Sanjit “Bunker” Roy também foi contada na primeira tarde do evento. Na ocasião, ele contou sobre seu sonho de investir em uma educação realista, baseada na sabedoria de pessoas reais – e não necessariamente com mestrado ou doutorado. O sonho se realizou e, assim, Roy desenvolveu o Barefoot College, dentro do qual a primeira demanda é a pobreza. “Quando me pediram para colocar a ideia em prática, eu não quis arquitetos ou engenheiros, mas pessoas que precisavam de uma escola”, diz.
Para que as pessoas pudessem de fato compreender a forma como o colégio funciona, ele deu um exemplo de uma dentista que não sabe ler ou escrever, mas cuida do dente das crianças. ‘Se eu pergunto a um engenheiro como adquirir água, ele pensa em diversas estruturas complexas. Mas, por lá, um senhor teve a ideia de simplesmente coletar chuva – como a humanidade fez por muitos anos – e resolveu um problema que tínhamos”, lembra.